Com a popularização das redes sociais, muitos usuários passaram a compartilhar aspectos de sua vida cotidiana de forma mais aberta. Porém, essa exposição pode ter consequências negativas, principalmente para aqueles que não tomam cuidado com a quantidade de informações que divulgam. As postagens em redes sociais podem fornecer dados valiosos para perseguidores, que utilizam essas informações para rastrear a rotina e os movimentos das vítimas. Isso é um risco crescente, principalmente com o aumento de casos de stalking, prática que se tornou crime no Brasil em 2021.
As postagens em redes sociais podem ser utilizadas como uma ferramenta poderosa para quem deseja perseguir alguém. Muitas pessoas, sem perceber, fornecem detalhes sobre sua localização, compromissos e até hábitos diários. Um simples check-in em um restaurante ou uma foto em um local público pode revelar onde alguém está ou onde estará em breve. Além disso, a identificação de amigos e familiares nas redes sociais pode permitir que os perseguidores saibam mais sobre a pessoa e suas interações sociais, aumentando ainda mais o risco.
O Código Penal Brasileiro, em 2021, incluiu a prática de perseguição como crime, buscando proteger as vítimas de stalkers. A partir dessa mudança legislativa, ficou claro que a prática de perseguir alguém, seja física ou virtualmente, é uma infração grave, passível de punição. No entanto, especialistas alertam que, embora a lei seja importante, a prevenção é fundamental. Isso inclui a conscientização sobre como as postagens em redes sociais podem facilitar a ação de perseguidores, permitindo que se adotem atitudes para minimizar os riscos.
A principal dificuldade em lidar com perseguições baseadas em redes sociais é a facilidade de acesso às informações pessoais. Ao compartilhar momentos do dia a dia, muitas pessoas inadvertidamente dão pistas sobre onde estarão em determinados momentos. Por exemplo, ao publicar uma foto em uma festa ou viagem, é possível que alguém mal-intencionado saiba exatamente quando e onde encontrar a vítima. Essa prática, antes comum apenas entre celebridades, se tornou cada vez mais frequente entre pessoas comuns, que não percebem o risco que correm ao compartilhar demais.
A crescente relação entre redes sociais e stalking gerou um aumento na preocupação sobre a privacidade digital. Muitas vítimas de perseguição relatam que a prática começou justamente após postagens feitas em suas contas de redes sociais. As postagens, aparentemente inofensivas, acabam sendo usadas contra elas, facilitando o trabalho de um perseguidor. A divulgação de informações pessoais como localizações, horários e planos futuros oferece aos stalkers uma vantagem estratégica para acompanhar e até interceptar suas vítimas.
Uma das formas mais eficazes de evitar esse tipo de situação é gerenciar as configurações de privacidade das redes sociais. Ao ajustar as permissões de quem pode ver as postagens, é possível limitar o alcance das informações compartilhadas. Além disso, é essencial pensar antes de publicar qualquer dado, como a localização em tempo real ou planos futuros. O uso de plataformas de redes sociais com consciência pode ser uma maneira de reduzir significativamente o risco de ser vítima de perseguição.
Além disso, as pessoas devem ter atenção redobrada com as interações que mantêm nas redes sociais. Até mesmo os comentários podem fornecer informações preciosas para um perseguidor. Muitas vezes, os stalkers monitoram as interações de uma pessoa com amigos e familiares, o que pode revelar mais sobre seus hábitos diários. Por isso, é importante revisar e controlar quem tem acesso às suas postagens e interações, bem como ser criterioso ao compartilhar informações na internet.
Em resumo, as postagens em redes sociais podem ser uma ferramenta útil para os stalkers, fornecendo informações vitais sobre a rotina e localização das vítimas. A prática de perseguição, ou stalking, é um crime reconhecido no Brasil desde 2021, mas a prevenção continua sendo a melhor forma de proteção. Ao adotar boas práticas de privacidade e refletir sobre o que compartilha online, é possível minimizar os riscos e garantir maior segurança no ambiente digital.
Autor: Anton Morozov
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital